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Rio São Francisco completa 512 anos de descobrimento

Dia  4 de outubro de 1501 os colonizadores europeus navegavam pela primeira vez nas águas do Rio São Francisco. Embora se tenha aculturado que o nome Rio "São Francisco" é homenagem ao padre Francisco Mendonça Mar, a história nos mostra que não. Américo Vespúcio  enquanto navegava pela foz do rio, batizou-o de São Francisco, em homenagem à Francisco de Assis, que é festejado nessa data. O rio já tinha outros nomes, muitos nomes a depender da região, dado pelos nativos, e um deles era Opará que significa "rio-mar". Vinte e um anos depois o donatário da capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, fundou a cidade de Penedo, hoje estado de Alagoas, tornando-se essa a primeira cidade ribeirinha. 




A colonização do médio São Francisco só foi possível quase um século depois. Mais um século  chegava aos pés do morro o ermitão Francisco Mendonça Mar. De que espanto maravilhoso deve ter sido acometido o Padre ao encontrar um rio tão caudaloso, extenso, um oásis gigantesco no sertão, trazendo vida, banhando o Morro, a gruta no meio do nada, uma maravilha.



Era possível até pouco mais da segunda metade do século  XX, navegar o rio em toda sua extensão, ou seja, desde as proximidades de sua nascente em Serra da Canastra, Minas Gerais, até a sua foz, encontro do rio com o mar. Coisa que lhe foi atribuído o nome de "o rio da integração nacional", por onde foi por muitos anos o principal meio de transporte no sertão, onde os vapores e barcaças, barcos e canoas infestavam as águas do Velho Chico. A marinha mercante, de guerra, navegou de Pirapora até o mar, afim de desviar dos submarinos alemães, na Segunda Guerra Mundial.



"Beira de rio é lugar de cisma", diz  o poeta lapense João Filho. Uma das coisas que mais encanta no rio, além do bioma que se forma em suas margens é a cultura do povo ribeirinho. As lendas e crendices populares que povoam as margens e fazem do Rio São Francisco  único, no sentido folclórico, o deixam ainda mais belo. Essas lendas são a principal herança cultural que vem passando de geração para geração.



"Petrolina e Juazeiro serão inundadas", assim diz a lenda da Serpente D'Água. Essa serpente estaria presa à três fios de cabelos de Nossa Senhora das Grotas, e o dia que a dita serpente se libertar essas cidades serão inundadas. Mãe d'água, Nego d'água, Caboclos Virador de Canoas, carrancas que espantam  maus espíritos, entre outras centenas de lendas, faz dos ribeirinhos um povo único.




Aproveitando a data comemorativa, farei um apelo às autoridades, ao povo em geral: Preservem o Rio São Francisco, sem ele, as cidades e os povos que o margeiam, não seria possível. Não deixemos morrer tanta riqueza, tanta beleza. 

Por Irineu Magalhães

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