(*)
O
estopim que provocou definitivamente a entrada do Brasil na guerra pegou fogo
entre fevereiro e agosto de 1942, quando navios mercantes brasileiros foram
torpedeados por submarinos alemães, provocando no Brasil indignação
generalizada: manifestações de rua, em campanha desenvolvida pela União
Nacional dos Estudantes (UNE) e pela Liga de Defesa Nacional, passaram a exigir
a declaração de guerra. Em agosto, caiu por terra a neutralidade do Brasil,
primeiro com a declaração de rompimento das relações diplomáticas, no dia 22, e
em seguida, com a declaração do estado de guerra contra a Alemanha e a Itália (¹).
Atualmente a segunda Guerra Mundial parece-nos
um episódio distante. Para o povo da época, os sertanejos embreados nas
caatingas nordestinas certamente parecia mais distante ainda, não no sentido
temporal, sim no sentido real da palavra.
Devido aos paupérrimos meios de comunicações da época, só era sabido aqui em Lapa sobre os fatos da cinzenta guerra com atraso de
dias, semanas e até meses. O povo ansiavam por informações, fazia conjecturas e
distorcia os fatos.
Bom Jesus da Lapa |
Um belo dia do mês de julho de 1944, pescadores,
comerciantes, todo povo lapense correu para as margens do Velho Chico para ver a
guerra. A guerra passeava por nossas terras e águas(²). Soldados, infantaria,
capitães da extinta FEB (Força Expedicionária Brasileira) centenas de
toneladas de materiais bélico deslizavam sobre as águas do Velho Chico. O destino
era certo: França.
Desembarque dos soldados brasileiros na Europa |
Todo aparato, homens e armas
embarcaram em Pirapora-MG, foi uma estratégia ousada desenvolvida pelos presidentes
Getúlio Vargas e Franklin
Roosevelt (Estados Unidos) afim de evitar novos torpedeamentos por parte dos submarinos alemães aos navios brasileiros.
Estrategicamente a rota escolhida para se
chegar até a Europa foi o rio São
Francisco, o rio da integração nacional, na época totalmente navegável. Dias
depois nossos soldados estavam no front
francês.
Certamente
alguns moradores da época pode contar com bem mais detalhes, melhor que eu, essa
parte da nossa história, fica o convite: "Conte mais sobre esse
episódio".
Por Irineu Magalhães
Referências:
(*) Contexto do livro "Bom Jesus da Lapa, antes, no tempo e depois de Monsenhor Turíbio" página 35 (1ª edição) - Antônio Barbosa
(*) Contexto do livro "Bom Jesus da Lapa, antes, no tempo e depois de Monsenhor Turíbio" página 35 (1ª edição) - Antônio Barbosa
Interessante... Não conhecia esse episódio de nossa história..
ResponderExcluirEu nem sabia que o Rio São Francisco tinha sido utilizado com intenções belicosas. Descobri lendo um livro do Prof. Antonio Barbosa. Tem muita coisa bacana, que desconhecemos. Abraço meu caro.
ExcluirE quanto mais eu vivo, mais aprendo... Valeu Irineu Magalhães!!!
ResponderExcluirQue interessante! Obrigada por nos manter informados sobre parte da história de Bom Jesus da Lapa-BA.Bjs!
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